JUSTIFICATIVA

     Historicamente, o uso de substâncias psicoativas é uma constante deste os primórdios da humanidade. A ciência tem pesquisado, criado, testado e catalogado substâncias capazes de alterar a percepção de realidade ou de consciência dos seres humanos, bem como promover mudanças químicas e físicas em nosso organismo que quando usadas nas dosagens corretas, são chamadas de remédios, capazes de gerar cura de doenças ou em casos terminais, aliviar dores que sem tal medicamento seriam insuportáveis.

     Quando o uso destas substâncias foge ao uso controlado e específico, são denominadas drogas, e seu uso contínuo, além de causar dependência química e/ou física, promovem a destruição do ser humano, que acaba se tornando um escravo da substância entorpecente, cuja única vontade passa a ser consumir mais drogas. Os efeitos destes tóxicos são de conhecimento público, bem como as conseqüências em seus diferentes níveis e características, humanas, sociais, legais e criminais.

     Desta forma a educação é o passo fundamental para mudar o conceito hoje existente sobre o uso da droga. Este é o porquê da intervenção deste projeto em ambiente escolar. Entender o que leva uma pessoa a consumir a droga, desmistificar os seus efeitos e principalmente, entender todo o contexto que engloba o comércio ilícito e o tráfico, são fundamentais para que os jovens de hoje, de posse dessas informações, percebam que o uso dessas substâncias não é símbolo de status, rebeldia, desespero ou como uma saída para seus reais problemas, mas sim um ingresso para um mundo de crime, direta ou indiretamente, e de autodestruição.

     Vemos um crescente aumento do consumo de entorpecentes, também em nosso município e região, de forma que é necessário tomar medidas preventivas, e trazer à sociedade geral e, neste projeto em específico, a comunidade escolar, a discussão e o conhecimento sobre a realidade das drogas e os malefícios que estas causam aos serem humanos e a sociedade na qual convivem.

Em nossa comunidade regional, dos 21 municípios que fazem parte da área de ação do 7º Batalhão de Polícia Militar – Batalhão Coronel Barão, no qual Campo Novo está incluído, foram apreendidas durante todo o ano de 2012 até o dia dezoito do mês de junho de 2013, uma expressiva quantidade de drogas, conforme a tabela abaixo:

 

Apreensão de Drogas na área do 7º BPM 2012/2013
Tipo de Droga 2012 2013 Total
Maconha 307,46 Kg 50,97 Kg 358,43 Kg
Cocaína 41,39 g 18,99 g 60,38 g
Crack 0 g 0,6 g 52,38 g

                                                            Fonte: Sessão de inteligência do 7º BPM

 

     O número não parece expressivo, mas se levarmos em consideração que de toda cocaína apreendida na região conforme a tabela acima, no ano de 2013, (18,99 g) só em Campo Novo, foram apreendidas 16,01 g de cocaína em três prisões por posse e uma por tráfico. Quer dizer, 84,3% da cocaína apreendida durante este ano na região, foi apreendida em nossa cidade. Isso por si só é justificativa suficiente para que o presente projeto seja implantado.

     Assim, faz-se necessário e mais eficiente, trabalhar a educação e a formação do jovem a respeito das drogas, do que tentar somente o combate ao tráfico e o consumo, uma vez que o tráfico deixará de existir apenas quando não houver consumidor, já que o tráfico é um comércio e, portanto, está sob jugo da lei natural de que, sem demanda não há mercado. O melhor lugar para tratar deste assunto é na escola, onde o jovem está formando seu caráter, buscando cultura e desenvolvimento pessoal. Este é o momento de tirar todas as dúvidas do jovem sobre as drogas, para que ele não tente buscar este conhecimento na prática do uso e do consumo.